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quarta-feira, 5 de fevereiro de 2014

CLUBE DE ROMA

Continuando com a nossa passagem histórica, temos para apresentar o clube de Roma.

O Clube de Roma é um grupo de pessoas ilustres que se reúnem para debater um vasto conjunto de assuntos relacionados a política, economia internacional e , sobretudo, ao meio ambiente e o desenvolvimento sustentável. Em abril de 1968, um pequeno grupo internacional de profissionais das áreas de diplomacia, indústria, academia e sociedade civil reuniram-se numa vila em Roma. Invitados pelo industrialista italiano Aurelio Peccei e o cientista escocês Alexander King, reuniram-se para discutir o dilema do pensamento que prevalece a curto prazo nas relações internacionais e, particularmente, as suas preocupações com relação ao consumo de recursos ilimitados num mundo em constante interdependência.

A função do Clube de Roma é debater as causas principais dos retos e as crises que o mundo enfrenta atualmente: o nosso conceito atual de crescimento, desenvolvimento e globalização. 


O Clube de Roma trabalha como uma plataforma na qual se encontram os acadêmicos, cientistas, políticos, empresários e membros da sociedade civil para planejar, desenvolver e implementar medidas efetivas relativas aos diversos temas globais inter-relacionados. Estes temas incluem a sustentabilidade ambiental, crescimento econômico, consumo de recursos, paz, segurança e demografia.

Tornou-se muito conhecido a partir de 1972, ano da publicação do relatório intitulado Os Limites do Crescimento, elaborado por uma equipe do MIT. O relatório, que ficaria conhecido como Relatório do Clube de Roma ou Relatório Meadows, tratava de problemas cruciais para o futuro desenvolvimento da humanidade tais como energia, poluição, saneamento, saúde, ambiente, tecnologia e crescimento populacional.


A conclusão do estudo: se a população mundial continuasse a consumir como na época, por consequência da industrialização, os recursos se esgotariam em menos de 100 anos. No início do século XXI, os problemas internacionais como a crescente desigualdade global, as consequências da mudança climática e o uso excessivo dos recursos naturais provou que os princípios fundamentais do Clube de Roma eram muito certos e reviveram o interesse nas atividades da organização: consumo ilimitado e crescimento perigoso num planeta com recursos limitados que não podem ser utilizados para sempre.

No mesmo ano em que a Organização das Nações Unidas realizava em Estocolmo, na Suécia, sua primeira conferência sobre o tema, em 1972, reunindo personalidades da ciência, da academia, da indústria, chefes de Estado e outros líderes, o grupo ganharia reconhecimento mundial com a publicação do relatório.

BIBLIOGRAFIA:

terça-feira, 4 de fevereiro de 2014

FELICIDADE INTERNA BRUTA

Desde 1971, o Butão rejeitou o PIB (produto interno bruto) como sendo a única forma de mensurar o progresso. Em seu lugar, tem defendido uma nova abordagem para o desenvolvimento, que mede a prosperidade por meio de princípios formais da felicidade interna bruta (FIB). O termo foi criado pelo rei do Butão Jigme Singye Wangchuck, em 1972, em resposta a críticas que afirmavam que a economia do seu país crescia miseravelmente. Esta criação assinalou o seu compromisso de construir uma economia adaptada à cultura do país, baseada nos valores espirituais budistas.

A Felicidade Interna Bruta foi dividida em nove categorias: 

  1. Bem-estar psicológico: Mede o otimismo que cada cidadão tem em relação a sua vida. É feita uma análise da autoestima, nível de stress e espiritualidade. 
  2. Saúde: Analisa as medidas de saúde implantadas pelo governo, exercícios físicos, nutrição e auto avaliação da saúde. 
  3. Uso do tempo: Incluem questões como o tempo que o cidadão perde no trânsito, divisão das horas entre o trabalho, atividades de lazer e educacionais. 
  4. Vitalidade comunitária: Entra na questão do relacionamento e das interações entre as comunidades. Analisa a segurança dentro da comunidade, assim como sensação de pertencimento e ações de voluntariado. 
  5. Educação: Sonda itens como participação na educação informal e formal, valores educacionais, educação no que se refere ao meio ambiente e competências. 
  6. Cultura: Faz uma análise de tradições culturais locais, festejos tradicionais, ações culturais, desenvolvimento de capacidades artísticas e discriminação de raça, cor, ou gênero. 
  7. Meio ambiente: Relação entre os cidadãos e os meios naturais como solo, ar e água. Estuda a acessibilidade para áreas verdes, sistemas para coletar o lixo e biodiversidades da comunidade. 
  8. Governança: Estuda a maneira da relação entre a população e a mídia, poder judiciário, sistemas de eleições e segurança. 
  9. Padrão de vida: Análise da renda familiar e individual, seguridade nas finanças, dívidas e qualidade habitacional. 




A conferência da ONU sobre a mudança climática, em Doha (2011), começava a ganhar força o duro alerta butanês de que o resto do mundo está numa rota suicida do ponto de vista ambiental e econômico. Em 2010, a ONU adotou o apelo do Butão por uma abordagem holística para o desenvolvimento, o que teve o aval de 68 países. Uma comissão analisa atualmente maneiras de replicar o modelo butanês da FIB em escala global.

A Felicidade Interna Bruta é mais facilmente entendida a partir de comparações e exemplos do que definido especificamente. Em Doha, o Butão estava sendo citado como um exemplo de nação em desenvolvimento que colocou a conservação ambiental e a sustentabilidade no centro da sua pauta política. Nos últimos 20 anos, o Butão dobrou sua expectativa de vida, matriculou quase 100% das suas crianças em escolas primárias e reformulou sua infraestrutura.

O país prometeu se manter neutro nas suas emissões de carbono, e garantiu que pelo menos 60% das suas terras permanecerão perpetuamente cobertas por florestas. O governo proibiu a exportação de madeira, e chegou a estimular um dia mensal do pedestre, em que todos os veículos particulares ficam proibidos de circular.
Seguindo o exemplo similar, foi em Uberlândia que usou, recentemente, uma pesquisa pelo FIB para verificar se é lugar de um povo feliz. Ela foi feita pela Secretaria Municipal de Meio Ambiente no Bairro Luizote de Freitas, onde moram cerca de 20 mil pessoas. Após a aplicação, veio à constatação: mais de 97% das que foram ouvidas apresentaram índice alto de felicidade.

Para saber mais sobre o FIB acesse: http://www.felicidadeinternabruta.org.br/
BIBLIOGRAFIA:
  • http://pt.wikipedia.org/wiki/Felicidade_Interna_Bruta 
  • http://www1.folha.uol.com.br/ilustrissima/1198944-a-felicidade-interna-bruta-do-butao.shtml 
  • http://www.infoescola.com/sociedade/felicidade-interna-bruta-fib/ 
  • http://g1.globo.com/minas-gerais/triangulo-mineiro/noticia/2014/01/pesquisa-calcula-felicidade-interna-bruta-de-moradores-em-uberlandia.html 
  • Imagem: http://cathierineh.wordpress.com/2012/04/20/felicidade-interna-bruta/

TRATADO DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL PARA SOCIEDADES SUSTENTÁVEIS E RESPONSÁVEIS E RESPONSABILIDADE GLOBAL

Durante a ECO 92 (Fórum Global das ONGs - Organizações Não-Go­vernamentais) ecologistas e educadores ambientais de todo o mundo reu­niram-se no Aterro do Flamengo, na cidade do Rio de Janeiro, para dis­cutir, entre ou­tros temas da mais alta relevância, os caminhos da edu­cação am­biental a nível planetário.
Após intensas discussões e várias reuniões em diferen­tes partes do mundo chegou-se a este tratado que, assim como a educação, é um processo dinâmico em permanente construção. Deve portanto propiciar a reflexão, o debate e a sua própria modifi­cação. O texto aprovado é o seguinte:
Nós signatários, pessoas de todas as partes do mundo, comprome­tidos com a proteção da vida na terra, reconhecemos o papel central da educação na formação de valores e na ação so­cial. Nos comprometemos com o processo educativo transformador através de envolvimento pes­soal, de nossas comunidades e nações para criar sociedades sustentá­veis e eqüitativas. Assim, tenta­mos trazer novas esperanças e vida para nosso pequeno, tumul­tuado mas ainda assim belo planeta.
I. Introdução
Consideramos que a educação ambiental para uma susten­tabilidade eqüitativa é um processo de aprendizagem permanente, baseado no res­peito a todas as formas de vida. Tal educação afirma valores e ações que contribuem para a transformação hu­mana e social e para a preser­vação ecológica. Ela estimula a formação de sociedades socialmente justas e ecologicamente equilibradas, que conservam entre si relação de interdependên­cia e diversidade. Isto requer responsabilidade indi­vidual e coletiva a nível local, nacional e planetário.
Consideramos que a preparação para mudanças necessárias depende de compreensão coletiva da natureza sistemática das crises que ameaçam o futuro do planeta. As causas primárias de problemas como o aumento da pobreza, da degradação humana e am­biental e da violência podem ser identificadas no modelo de ci­vilização dominante, que se baseia em su­perprodução e supercon­sumo para uns e em subconsumo e falta de con­dições para produ­zir por parte da grande maioria.
Consideramos que são inerentes à crise a erosão dos va­lores bá­sicos e a alienação e a não-participação da quase tota­lidade dos indi­víduos na construção de seu futuro. É fundamen­tal que as comunidades planejem e implementem suas próprias al­ternativas às políticas vigen­tes. Dentre essas alternativas está a necessidade de abolição dos pro­gramas de desenvolvi­mento, ajustes e reformas econômicas que mantêm o atual modelo de crescimento, com seus terríveis efeitos sobre o am­biente e a diversidade de espécie, incluindo a humana.
Consideramos que a educação ambiental deve gerar, com urgência, mudanças na qualidade da vida e maior consciência de conduta pessoal, assim como harmonia entre os seres humanos e destes com outras formas de vida.

II. Princípios da Educação para Sociedades Sustentáveis e Res­ponsabilidade Global
1. A educação é um direito de todos: somos todos apren­dizes e educadores.
2. A educação ambiental deve ter como base o pensamento crítico e inovador, em qualquer tempo ou lugar, em seus modos formal, não-for­mal e informal, promovendo a transformação e a construção da socie­dade.
3. A educação ambiental é individual e coletiva. Tem o propó­sito de formar cidadãos com consciência local e planetá­ria, que res­peitem a autodeterminação dos povos e a soberania das nações.
4. A educação ambiental não é neutra, mas ideológica. É um ato político, baseado em valores para a transformação so­cial.
5. A educação ambiental deve envolver uma perspectiva holís­tica, enfocando a relação entre o ser humano, a natureza e o universo de forma interdisciplinar.
6. A educação ambiental deve estimular a solidariedade, a igualdade e o respeito aos direitos humanos, valendo-se de estratégias democráticas e interação entre as culturas.
7. A educação ambiental deve tratar as questões globais críti­cas, suas causas e interrelações em uma perspectiva sistê­mica, em seu contexto social e histórico. Aspectos primordiais relacionados ao de­senvolvimento e ao meio ambiente tais como: população, saúde, paz, di­reitos humanos, democracia, fome, de­gradação da flora e fauna devem ser abordados dessa maneira.
8. A educação ambiental deve facilitar a cooperação mú­tua e eqüitativa nos processos de decisão, em todos os níveis e etapas.
9. A educação ambiental deve recuperar, reconhecer, respeitar, refletir e utilizar a história indígena e culturas locais, assim como promover a diversidade cultural, lingüística e ecológica. Isto implica em uma revisão da história dos povos nativos para modificar os enfo­ques etnocêntricos, além de esti­mular a educação bilíngüe.
10. A educação ambiental deve estimular e potencializar o poder das diversas população, promover oportunidades para as mudanças demo­cráticas de base que estimulem os setores popula­res da sociedade. Isto implica que as comunidades devem retomar a condução de seus próprios destinos.
11. A educação ambiental valoriza as diferentes formas de co­nhecimento. Este é diversificado, acumulado e produzido socialmente, não devendo ser patenteado ou monopolizado.
12. A educação ambiental deve ser planejada para estimular as pessoas a trabalharem conflitos de maneira justa e hu­mana.
13. A educação ambiental deve promover a cooperação e o diálogo entre indivíduos e instituições, com a finalidade de criar novos modos de vida, baseados em atender às necessidades básicas de todos, sem distinções étnicas, físicas, de gênero, idade, religião, classe ou mentais.
14. A educação ambiental requer a democratização dos meios de comunicação de massa e seu comprometimento com os in­teresses de todos os setores da sociedade. A comunicação é um direito inalienável e os meios de comunicação de massa devem ser transformados em um canal pri­vilegiado de educação, não so­mente disseminando informações em bases igualitárias, mas tam­bém promovendo intercâmbio de experiências méto­dos e valores.
15. A educação ambiental deve integrar conhecimentos, aptidões, valores, atitudes e ação. Deve converter cada opor­tunidade em expe­riências educativas de sociedades sustentáveis.
16. A educação ambiental deve ajudar a desenvolver uma cons­ciência ética sobre todas as formas de vida com as quais compartilha­mos este planeta, respeitar seus ciclos vitais e im­por limites à ex­ploração dessas formas de vida pelos seres hu­manos.

III. Plano de Ação
As organizações que assinam este Tratado se propõem a implemen­tar as seguintes diretrizes:
1. Transformar as declarações deste Tratado e dos de­mais produ­zidos pela Conferência da Sociedade Civil durante o processo do RIO 92 em documentos a serem utilizados na rede formal de ensino e em progra­mas educativos dos movimentos so­ciais e suas organizações.
2. Trabalhar a dimensão da educação ambiental para so­ciedades sustentáveis em conjunto com os grupos que elaboraram os demais Trata­dos aprovados durante a RIO 92.
3. Realizar estudos comparativos entre os tratados da sociedade civil e os produzidos pela Conferência das Nações Unidas para o Meio Ambiente e Desenvolvimento. Utilizar as con­clusões em ações educati­vas.
4. Trabalhar os princípios deste Tratado a partir das realida­des locais, estabelecendo as devidas conexões com a rea­lidade planetá­ria, objetivando a conscientização para a trans­formação.
5. Incentivar a produção de conhecimentos, políticas, metodoló­gicas e práticas da Educação Ambiental em todos os es­paços de educação formal, informal e não-formal, para todas as faixas etárias.
6. Promover e apoiar a capacidade de recursos humanos para pre­servar, conservar e gerenciar o ambiente, como parte do exercício da cidadania local e planetária.
7. Estimular posturas individuais e coletivas, bem como pol¡ti­cas institucionais que revisem permanentemente a coerên­cia entre o que se diz e o que se faz, os valores de nossas culturas, tradições e his­tória.
8. Fazer circular informações sobre o saber e a memória popula­res; e sobre iniciativas e tecnologias apropriadas ao uso dos recursos naturais.
9. Promover a co-responsabilidade dos gêneros feminino e mascu­lino sobre a produção, reprodução e manutenção da vida.
10. Estimular e apoiar a criação e o fortalecimento de asso­ciações de produtores e de consumidores e redes de comer­cialização que sejam ecologicamente responsáveis.
11. Sensibilizar as populações para que constituam Con­selhos Populares de Ações Ecológicas e Gestão do Ambiente vi­sando investigar, informar, debater e decidir sobre problemas e políticas ambientais.
12. Criar condições educativas, jurídicas, organizacio­nais e políticas para exigir dos governos que destinem parte significativa de seu orçamento à educação e meio ambiente.
13. Promover relações de parceria e cooperação entre as ONGs e movimentos sociais e as agências da ONU (UNESCO, PNUNA, FAO, entre ou­tras), a nível nacional, regional e internacional, a fim de estabele­cer em conjunto as prioridades de ação para educação, meio ambiente e desenvolvimento.
14. Promover a criação e o fortalecimento de redes na­cionais, regionais e mundiais para realização de ações conjun­tas entre organi­zações do Norte, Sul, Leste e Oeste com pers­pectiva planetária (exemplos: dívida externa, direitos humanos, paz, aquecimento global, população, produtos contaminados).
15. Garantir que os meios de comunicação se transformem em ins­trumentos educacionais para a preservação e conservação de recursos naturais, apresentando a pluralidade de versões com fidedignidade e contextualizando as informações. Estimular transmissões de programas gerados por comunidades locais.
16. Promover a compreensão das causas dos hábitos con­sumidores e agir para a transformação dos sistemas que os sus­tentam, assim como para a transformação de nossas próprias prá­ticas.
17. Buscar alternativas de produção autogestionária apropriadas econômica e ecologicamente, que contribuam para uma melhoria da quali­dade de vida.
18. Atuar para erradicar o racismo, o sexismo e outros precon­ceitos; e contribuir para um processo e reconhecimento da diversidade cultural, dos direitos territoriais e da autodeter­minação dos povos.
19. Mobilizar instituições formais e não-formais de educação superior para o apoio ao ensino, pesquisa e extensão em educação am­biental e a criação, em cada universidade, de centro interdisciplina­res para o meio ambiente.
20. Fortalecer as organizações e movimentos sociais como espa­ços privilegiados para o exercício da cidadania e me­lhoria da quali­dade de vida e do ambiente.
21. Assegurar que os grupos de ecologistas popularizem suas atividades e que as comunidades incorporem em seu coti­diano a questão ecológica.
22. Estabelecer critérios para a aprovação de projetos de edu­cação para sociedades sustentáveis, discutindo priorida­des sociais junto às agências financiadoras.

IV. Sistemas de Coordenação Monitoramento e Avaliação
 Todos os que assinam este Tratado concordam em:
1. Difundir e promover em todos os países o Tratado de Educação Ambiental para Sociedades Sustentáveis e Responsabili­dade Global, através de campanhas individuais e coletivas pro­movidas por ONGs, mo­vimentos sociais e outros.
2. Estimular e criar organizações, grupos de ONGs e Mo­vimentos Sociais para implantar, implementar, acompanhar e ava­liar os elementos deste Tratado.
3. Produzir materiais de divulgação deste Tratado e de seus desdobramentos em ações educativas, sob a forma de textos, cartilhas, cursos, pesquisas, eventos culturais, programas na mídia, feiras de criatividade popular, correio eletrônico, e outros.
4. Estabelecer um grupo de coordenação internacional para dar continuidade às propostas deste Tratado.
5. Estimular, criar e desenvolver redes de educadores ambien­tais.
6. Garantir a realização, nos próximos três anos, do 10.  Encon­tro Planetário de Educação Ambiental para Sociedades Sus­tentáveis.
7. Coordenar ações de apoio aos movimentos sociais em defesa da melhoria da qualidade de vida, exercendo assim uma efetiva solidarie­dade internacional.
8. Estimular articulações de ONGs e movimentos sociais para re­ver suas estratégias e seus programas relativos ao meio ambiente e educação.

V. Grupos a Serem Envolvidos
 Este Tratado é dirigido para:
1. Organizações dos movimentos sociais-ecologistas, mu­lheres, jovens, grupos étnicos, artistas, agricultores, sindi­calistas, asso­ciações de bairro, e outros.
2. ONGs comprometidas com os movimentos sociais de ca­ráter po­pular.
3. Profissionais de educação interessados em implantar e imple­mentar programas voltados a questão ambiental tanto nas redes formais de ensino, como em outros espaços educacionais.
4. Responsáveis pelos meios de comunicação capazes de aceitar o desafio de um trabalho transparente e comunicação de massas.
5. Cientistas e instituições científicas com postura ética e sensíveis ao trabalho conjunto com as organizações dos movimentos so­ciais.
6. Grupos religiosos interessados em atuar junto às or­ganizações dos movimentos sociais.
7. Governos locais e nacionais capazes de atuar em sin­tonia/parceria com as propostas deste Tratado.
8. Empresários comprometidos em atuar dentro de uma ló­gica de recuperação e conservação do meio ambiente e de melho­ria da qualidade de vida humana.
9. Comunidades alternativas que experimentam novos es­tilos de vida condizentes com os princípios e propostas deste Tratado.

VI. Recursos
Todas as organizações que assinam o presente Tratado se compro­metem a:
1. Reservar uma parte significativa de seus recursos para o de­senvolvimento de programas educativos relacionados com a melhoria do ambiente e a qualidade de vida.
2. Reivindicar dos governos que destinem um percentual signifi­cativo do Produto Nacional Bruto para a implantação de programas de Educação Ambiental em todos os setores da adminis­tração pública, com a participação direta de ONGs e movimentos sociais.
3. Propor políticas econômicas que estimulem empresas a desen­volverem e aplicarem tecnologias apropriadas e a criarem programas de educação ambiental parte de treinamentos de pes­soal e para a comuni­dade em geral.
4. Incentivar as agências financiadoras a alocarem re­cursos significativos a projetos dedicados à educação ambien­tal; além de ga­rantir sua presença em outros projetos a serem aprovados, sempre que possível.
5. Contribuir para a formação de um sistema bancário planetário das ONGs e movimentos sociais, cooperativo e descen­tralizado, que se proponha a destinar uma parte de seus recur­sos para programas de edu­cação e seja ao mesmo tempo um exercí­cio educativo de utilização de recursos financeiros.
 Texto retirado do curso de Educação Ambiental - Prime Cursos.

domingo, 2 de fevereiro de 2014

PROJETO MESA BRASIL

Hoje eu vou falar um pouco de um projeto realizado por uma parceria público-privada que particularmente me encanta. O Projeto Mesa Brasil não só faz seu papel social, levando a comida da mesa de pessoas com baixa renda, como também utilizou o princípio da reutilização com os alimentos, mostrando que é possível reaproveitar alimentos que não são bem vistos esteticamente nas mesas os demais brasileiros, mas que tem o seu valor nutricional e pode alimentar mais pessoas combatendo a escassez e o desperdício.

Como estudante de Engenharia Ambiental é meu dever não só estudar as causas dos impactos causados no meio ambiente, mas também estudar a sociedade que interage com esse meio e utilizar de métodos economicamente viáveis para equilibrar a convivência do ser humano com o ambiente. Esse projeto mostra que é economicamente viável combater o desperdício alimentando cada vez mais brasileiros fazendo assim a sua contraparte social.

O Mesa Brasil SESC (Serviço Social do Comercio) é um programa de segurança alimentar e nutricional sustentável, que redistribui alimentos excedentes próprios para o consumo ou sem valor comercial. Foi lançado em fevereiro de 2003 com o objetivo básico de combate à fome e ao desperdício de alimentos, partindo de uma experiência pioneira de colheita urbana implantada pelo Sesc em São Paulo na década de 1990.

A ideia é simples: busca onde sobra, entrega onde falta agregando valor nutricional às refeições que são servidas em milhares de entidades assistenciais, não permitindo que alimentos ainda próprios para o consumo humano tenham como destino o lixo.

O Programa é também uma ação conjunta que integra o SESC, empresas, instituições sociais e voluntárias no esforço de diminuição das carências alimentares e do desperdício de alimentos, com um papel pró-ativo: demonstra que é possí­vel minimizar os efeitos da fome e da desnutrição por meio de programas sociais práticos, a custo reduzido e aplicação imediata.

Tem caráter permanente, baseado na parceria e as responsabilidades são assumidas por todos os segmentos sociais envolvidos, respeitando-se suas especificidades. As instituições sociais fazem parte de um esforço conjunto para melhoria da qualidade de vida e da cidadania por meio da responsabilidade social compartilhada.

Atualmente constitui-se como uma Rede de Banco de Alimentos, integrada por 82 unidades operacionais, distribuídas nos 27 estados brasileiros, em todas as capitais e em cerca de 300 municípios do interior.


O que pode ser doado
Alimentos próprios para consumo, entre eles:
- frutas, legumes e verduras 
- frios e laticí­nios 
- grãos e cereais 
- enlatados e conservas 
- pães e massas 
- carnes e derivados 
- entre outros 

Produtos e serviços como:
- combustí­vel 
- material gráfico
- embalagens plásticas 
- empréstimo de veí­culos 
- divulgação
- transporte

O que não pode ser doado
- refeições prontas.
- doces e pães com recheios cremosos.
- alimentos com embalagens danificadas, data de validade vencida, fora das condições normais de uso.

Vantagens para o doador:

  1. Certificação de responsabilidade social no apoio ao MESA BRASIL Sesc;
  2. Isenção do ICMS (Decreto nº 41577, de 03 de maio de 2002 - DOE de 06.05.2002) para os produtos e serviços doados ao Programa Mesa Brasil Sesc;
  3. Diminuição dos custos com operações de logística e eliminação de produtos sem valor comercial;
  4. Eficiência na coleta e distribuição das doações seguindo as normativas vigentes da Vigilância Sanitária;
  5. Divulgação da marca nos meios de comunicação do programa;
  6. Contribuição para o não desperdício de alimentos, ou seja, sua empresa estará amenizando o impacto de resíduos no meio ambiente;
  7. Apoio a instituições sociais assistidas por nutricionistas e assistentes sociais;
  8. Transparência nas ações e prestação de contas.


Quem pode doar:

  1. Empresas doadoras de alimentos: centrais de distribuição, supermercados, armazéns, padarias, indústrias, entre tantas outras de atividade similar, que possuam alimentos excedentes ou sem valor comercial próprios para o consumo humano;
  2. Empresas ou organizações doadoras de serviços ou produtos: empresas de logísticas e postos de combustível;
  3. Instituições públicas ou privadas e associações que possam contribuir no desenvolvimento de ações educativas e demais serviços referentes à sua área de atuação;
  4. Campanhas e eventos: empresas, instituições públicas ou privadas, associações, agremiações, entre outras que desenvolvam eventos ou campanhas com fins de arrecadação de alimentos, produtos de higiene, limpeza, brinquedos ou vestuários;
  5. Voluntários: o programa recebe voluntários que podem auxiliar com ações educativas ou serviços.

Quem pode receber


  1. Instituições Sociais que disponham da seguinte documentação e critérios abaixo assinalados:
  2. CNPJ, Estatuto Social, Utilidade Publica, Plano de Trabalho e Registro no Conselho de Direito correspondente à atividade desenvolvida;
  3. Prestar atendimento gratuito. Os casos onde exista a cobrança de taxa contributiva serão analisados pela equipe técnica;
  4. Atender sem distinção de credo, etnia ou religião;
  5. Não ter vínculo político partidário;
  6. Preparar e servir a comida no prato;
  7. Possuir cozinha e despensa  adequados;
  8. Ter disponibilidade para participar de palestras e/ou outras ações educativas;
  9. Possuir disponibilidade para buscar as doações na Unidade do Programa


O Mesa Brasil SESC, como ação emergencial, baseia-se no princí­pio, já aceito internacionalmente, de que a alimentação é direito fundamental de todo e qualquer cidadão. Um direito social básico, mas que, lamentavelmente, não é garantido a todas as pessoas e por isso são necessárias ações que possam melhorar esta situação duplamente perversa: a fome e o desperdí­cio de alimentos. 


BIBLIOGRAFIA:

sábado, 1 de fevereiro de 2014

ECODESENVOLVIMENTO

O termo ecodesenvolvimento se define como um processo criativo de transformação do meio com a ajuda de técnicas ecologicamente prudentes, concebidas em função das potencialidades deste meio, impedindo o desperdício inconsiderado dos recursos, e cuidando para que estes sejam empregados na satisfação das necessidades de todos os membros da sociedade, dada a diversidade dos meios naturais e dos contextos culturais.

Criado por Ignacy Sachs em 1973 se popularizou principalmente a partir da Rio92 e mais pra frente evoluiu para o termo “desenvolvimento sustentável” mais usado atualmente.



Esse termo envolve uma crítica à sociedade industrial e está subdividido nos seguintes itens: Satisfação das necessidades básicas; solidariedade com as gerações futuras; participação da população envolvida; preservação dos recursos naturais e do meio ambiente; elaboração de um sistema social que garanta emprego, segurança social e respeito as outras culturas; programas de educação. Ignacy Sachs lançou alguns dos fundamentos do debate contemporâneo sobre a necessidade de um novo paradigma de desenvolvimento, baseado na convergência entre economiaecologiaantropologia cultural e ciência política.

Segundo Sachs, “É uma visão do desenvolvimento em que os objetivos são sempre os sociais, existe uma condicionalidade ambiental e, para que as coisas aconteçam, é preciso dar às propostas uma viabilidade econômica”.



Tendo mais de 50 anos de experiência na área do meio ambiente, em uma entrevista no Rio+20 (http://www.youtube.com/watch?v=loUWp_LzE3I), Sachs fala sobre a importância do evento como um itinerário para os planos de desenvolvimento eco-social dos países e não só como projetos científicos e abstratos.

Considerado como o pai do desenvolvimento sustentável ele trouxe o termo de ecodesenvolvimento como meio de reconciliar desenvolvimento humano e meio ambiente, indissociáveis um do outro, e que afirma a necessidade de se questionar às formas de desenvolvimento, geradores de pobreza e de degradações ambientais. “Os governos não decidem tudo. Na verdade vivemos em uma economia em que os empresários têm muito a dizer. Não vivemos em uma economia pública, mas sim em uma economia público-privada, na qual as decisões, os projetos, os investimentos não estão em uma só mão. Temos uma multiplicidade de atores que têm interesses distintos, muitas vezes conflitivos”.

BIBLIOGRAFIA: