No inicio do mês de abril desse ano (2014) foi lembrado dos
50 anos do golpe militar de 1964 no Brasil. Vamos entender um pouco sobre as
construções e os impactos que esse “governo” realizou no meio ambiente para
entendermos o porquê hoje estamos na crise ambiental no Brasil.
Regime ou ditadura militar brasileira foi
o
regime autoritário,
militar e
nacionalista que
se instalou no governo do país entre 1 de abril de 1964 até 15 de março de
1985. A implantação da ditadura começou com um
golpe de
Estado em
1964,
quando as
Forças Armadas do Brasil derrubaram o
governo do presidente eleito
democraticamente João Goulart e
terminou quando
José Sarney assumiu o cargo de presidente,
quando o país foi redemocratizado e teve início a
Nova
República.
Das diversas obras feitas ao longo dos 20 anos de ditadura,
podemos citar algumas:
Expansão
Significativa da Petrobrás - Nesse período, a Petrobrás, de 75
mil barris diários, passou a produzir 750 mil.
Essa expansão possibilitou que o Brasil caminhasse para a
sua independência na produção de petróleo, porém como não havia ainda
preocupação com o meio ambiente e os impactos causados pelas obras muitos foram
os problemas de destruição do ambiente marinho em diversos pontos do país a
partir de 1968 que foi realizada a primeira descoberta de petróleo no mar, no
Campo de Guaricema, em Sergipe.
Usina Hidrelétrica de
Tucuruí - "Sua construção foi iniciada em 1975. A obra
principal, sendo uma barragem de terra, quebrou todos os recordes mundiais de
terraplenagem. Pode-se destacar ainda as obras da casa de força, do vertedouro
(o 2ª maior do mundo, o primeiro é a Three Gorges- China), da eclusa e da
grande linha de transmissão que interliga Tucuruí à usina hidrelétrica de
Sobradinho no Nordeste do Brasil, via Boa Esperança.
|
Imagem 1: Usina de Tucuruí |
Em seu trabalho “Impactos
ambientais da barragem de Tucuruí: Lições ainda não aprendidas para o
desenvolvimento hidrelétrico na Amazônia” Philip M. Fearnside diz que os
custos ambientais incluem a perda de floresta, que provoca tanto a perda de
ecossistemas naturais como a emissão de gases de efeito estufa. Ecossistemas
aquáticos são fortemente afetados pelo bloqueio de migração de peixes e pela
criação de ambientes anóxicos (sem oxigênio). A decomposição da vegetação
deixada no reservatório cria água anóxica e também produz metano.
A tomada de decisões no caso de Tucuruí era praticamente sem
nenhuma influência de estudos ambientais, que foram realizados simultaneamente
com a construção da obra. A barragem antecede a exigência, de 1986 e as tomadas
de decisões foi estreitamente ligada à influência de empresas de construção, o
exército, e interesses financeiros estrangeiros no projeto da construção e do
uso da energia elétrica resultante (a maioria da qual é usada para
beneficiamento de alumínio).
A construção da segunda etapa da usina elevou a capacidade
final instalada para cerca de 8.000 MW, em meados de 2010.
Usina Hidrelétrica de
Ilha Solteira - "Em conjunto com a Usina hidrelétrica
Engenheiro Sousa Dias (Jupiá), compõe o sexto maior complexo hidrelétrico do
mundo. Sua potência instalada é de 3.444,0 MW e tem 20 unidades geradoras com
turbinas tipo Francis. Iniciado pelo governador Adhemar de Barros em 1965, a
usina foi concluída em 1978."
|
Imagem 2: Usina de Jupiá |
Em um estudo do impacto socioambiental causado pela construção
das usinas hidroelétricas da região de ilha solteira foi verificado que suas construções também não tiveram nenhum
estudo prévio antes da sua construção que possibilitou um enorme
desaparecimento do ecossistema local, além de trazer problemas sociais para as
regiões no entorno das hidrelétricas.
Usina Hidrelétrica de
Itaipu - A Usina Hidrelétrica de Itaipu é uma usina hidrelétrica
binacional localizada no Rio Paraná, na fronteira entre Brasil e Paraguai.
Construída por ambos os países no período de 1975 a 1982, Itaipu é hoje a maior
usina geradora de energia do mundo.
|
Imagem 3: Usina de Itaipu |
Em minha opinião as construções de usinas hidrelétricas de
grande porte são um investimento arriscado e em um dado futuro, bastante
prejudicial tanto para a população quanto para o ambiente. É arriscado porque
em situações de extrema seca a usina fica sem funcionar e sem produzir energia
para boa parte dos estados que a cercam sobrecarregando assim as outras tendo o
risco de apagão em grande parte do país.
E é prejudicial porque em pequenas cidades com certo número
de habitantes não consegue abrigar os trabalhadores para a construção da usina
gerando sérios problemas sociais como a violência, a prostituição e muitos
outros.
Segundo estudo, a usina hidrelétrica produz diversos
impactos ambientais, o que faz com que seja motivo de polêmica atualmente com o
avanço das discussões sobre desenvolvimento sustentável. Os estudiosos procuram
descobrir a dimensão deste impacto a fim de encontrar formas de amenizá-los,
uma vez que a energia hidrelétrica é considerada fonte renovável.
Esses impactos ocorrem principalmente durante a construção
dessas usinas, quando afetam a fauna e a flora local. O represamento da água
contribui para esta destruição, fazendo com que diversas espécies fiquem
submersas e morram, aqueles animais que conseguem fugir acabam saindo de seu habitat
natural precisando se adaptar em novos lugares.
Não sou contra as usinas hidrelétricas, porém acho que
usinas menores geram menos impactos e dão conta de abastecer melhor as
populações do que as maiores.
Angra 1 - Angra
1 teve sua construção iniciada em 1972, tendo recebido licença para operação
comercial da Comissão Nacional de Energia Nuclear - CNEN em dezembro de 1984.
Angra 2 - Angra
2 foi a primeira usina construída a partir do Acordo Nuclear Brasil-Alemanha,
firmado em 1975. As obras civis da usina foram contratadas à Construtora
Norberto Odebrecht e iniciadas em 1976 com o estaqueamento.
|
Imagem 4: Angra 1 e 2 |
Apesar de ser considerada uma forma de energia limpa, sua
manutenção é bem cara e quando não realizada corretamente trás problemas
catastróficos para a população como um todo.
|
Imagem 5: Transamazônica |
Por fim, o melhor para o final! A Rodovia Transamazônica (BR-230) é uma rodovia brasileira, projetada durante o governo do presidente Emílio Garrastazu Médici (1969 a 1974), sendo uma das chamadas "obras
faraônicas" devido às suas proporções gigantescas, realizadas pelo regime
militar.
Além dos fracassos econômicos e sociais do projeto, os
custos ambientais em longo prazo foram enormes. Após a construção da Rodovia
Trans-amazônica, o desmatamento brasileiro acelerou a níveis nunca antes vistos
e vastas áreas de florestas foram desmatadas para agricultura de subsistência e
criação de gado. A Rodovia Transamazônica é um exemplo dos estragos ambientais
causados pela construção de estradas na floresta.
BIBLIOGRAFIA: