O saneamento ambiental é o conjunto de ações
socioeconômicas que tem por objetivo alcançar a salubridade ambiental, estado
de higidez em que vive a população tanto no que se refere a sua capacidade de
inibir, prevenir ou impedir a doença, com a finalidade de proteger e melhorar
as condições de vida urbana e rural.
O saneamento ambiental tem como objetivo focalizar a integração
mundial para o desenvolvimento sustentável, garantindo a sobrevivência da
biodiversidade e questões prioritárias de bem-estar da população.
Com a formação de novos e sofisticados centros
urbanos, o ser humano necessita de mais recursos naturais para atender os
padrões de bem estar estabelecidos explorando novas áreas. Com essa exploração descontrolada e sem estudo prévio, a espécie
humana começou a ter contato com biotas antes desconhecidas e que ao serem
trazidas para cidades, se tornaram vetores de doenças para a população.
Durante toda a evolução humana, houve a necessidade
por saneamento. Os faraós egípcios ao mandar recolher as águas do rio Nilo para consumo, deixavam
decantar as partículas sólidas para tomar a água com mais qualidade que os
demais habitantes. Em nossa história foram muitas as evoluções na área de saneamento,
porém como não havia transmissão de cultura por via escrita, foi perdendo as
informações e a cada nascer de uma sociedade era necessário começar do zero.
Os estudos do saneamento ambiental abrangem em geral
três áreas: água, ar e solo. Aqui vou apresentar um pouco de cada para que seja
de possível entendimento as áreas de atuação para controle e prevenção de
vetores e de doenças.
Água:
Como suprimento essencial a nossa vida, a busca por
qualidade da água é cada vez maior. Através dos rios e poços subterrâneos a
água pode trazer patógenos que comprometem a saúde do ser humano.
Com o conhecimento do ciclo hidrológico, foi
possível a sua reconstrução de forma artificial. Sendo assim cada sistema de abastecimento
segue esse ciclo: captação de água superficial, tratamento e distribuição →
coleta, tratamento e disposição em corpos receptores do esgoto gerado →
purificação natural do corpo receptor → captação pela cidade vizinha.
Quando a distancia entre uma cidade e outra que
compartilham do mesmo rio é menor que a necessária para o corpo receptor
purificar naturalmente, acontece a proliferação de doenças.
De acordo com o desenvolvimento do centro urbano,
pode classificar o tipo de poluição. São elas:
- Patogênica: são comuns enfermidades vinculadas pela água. O uso de estações de tratamento podem prevenir os problemas sanitários. Acontece geralmente em pequenas cidades.
- Total: os corpos d’água são afetados pela carga poluidora. Esse estágio ocorre durante o desenvolvimento industrial e o crescimento urbano.
- Química: poluição causada pelo contínuo uso de água. O consumo aumenta em função do aumento da população e da produção industrial.
Ar:
Mais essencial que a água, o ar é bem essencial a
maior parte da vida e nele é possível também a transmissão de patógenos. Ele leva
por expansão, substancias animada ou não. Entre as inanimadas, muitas são
naturais e outras resultam das atividades humanas. Algumas são inócuas que
podem tornar o ar prejudicial. Das animadas, existem certas bactérias e vírus
denominados patogênicos, que podem provocar doenças quando introduzidas no
organismo.
A poluição do ar é definida como sendo a alteração
da qualidade do ar, ela pode ser de origem natural e de atividades humanas. No estudo
da poluição do ar, são consideradas as seguintes etapas: a produção, a emissão,
o transporte e a recuperação de poluentes.
A atmosfera por ser um involucro gasoso da Terra que
se dispõe em camadas, é de vital importância para a sobrevivência dos organismos
na terra. Com a utilização do CFC, cloro- flúor- carboneto, essa camada está se
tornando menos densa deixando os raios solares entrarem com mais facilidade e
gerando o fenômeno do aquecimento global.
O combate da poluição do ar visa que substancias
nociva não consigam alcançar o ar (prevenção), caso essa barreira falhe, procura-se
evitar que as substancias nocivas atinjam o homem e lhe provoquem danos
(proteção). Falhando essa parte, somente no microambiente, consegue-se remover substancias
nociva (tratamento).
Estudos do banco mundial (1993) estimam que o
ambiente doméstico inapropriado é responsável por quase 30% das ocorrências de
doenças em países em desenvolvimento. Isso mostra que a maior parte dos
problemas ambientais acontece em escala local.
Solo:
O solo é a formação natural que
se desenvolve na porção superficial da crosta da Terra, resultado da interação
dos processos físicos, químicos e biológicos sobre as rochas, e que tem como
característica importante o fato de permitir o desenvolvimento da vegetação.
A contaminação do solo pode ser
de origem orgânica ou inorgânica: materiais contaminados ou em decomposição
presentes no lixo; substâncias químicas perigosas; pesticidas empregados na
produção agropecuária. Alguns mais cedo ou mais tarde chegam ao corpo humano,
não somente por respiração da poeira, como principalmente pela água que se
contamina pelo solo e pelos alimentos produzidos.
O desenvolvimento da agricultura
tem contribuído para a poluição do solo e das águas. Fertilizantes sintéticos e
os agrotóxicos (inseticidas, fungicidas e herbicidas), usados em quantidades
abusivas nas lavouras, poluem o solo e as águas dos rios, onde intoxicam e
matam diversos seres vivos dos ecossistemas. A contaminação de um lençol
freático por agrotóxicos coloca em risco a vida da população que se beneficia
dessa água subterrânea.
O controle da poluição do solo se
dá pelas técnicas preventivas e corretivas, que visam à minimização dos riscos
ambientais, e cuja aplicação dependerá das circunstâncias locais. Entre eles
estão: minimização de resíduos industriais, pela redução da geração na fonte, segregação,
reciclagem e alteração dos processos produtivos; seleção dos locais e das
técnicas mais apropriadas para o desenvolvimento das atividades humanas,
considerando o uso e tipo de solo na região, o relevo, a vegetação, a
possibilidade de ocorrência de inundações e as características do subsolo; implantação
de sistemas de prevenção e erosão, tais como alteração de declividade, operação
em curvas de nível, execução de dispositivos de drenagem e manutenção da
cobertura vegetal;
Apresentadas as grandes áreas do saneamento ambiental, podemos ter uma noção de sua importância para a manutenção da saúde local e global. Essa área de conhecimento pode ser resumida em uma famosa frase de uma autor desconhecido: " pensar localmente para agir globalmente".
BIBLIOGRAFIA:
Manual de
saneamento. 3. ed. rev. - Brasília: Fundação Nacional de Saúde, 2006.