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segunda-feira, 28 de abril de 2014

SANEAMENTO AMBIENTAL. O QUE É? QUAL SUA ÁREA DE ATUAÇÃO?

O saneamento ambiental é o conjunto de ações socioeconômicas que tem por objetivo alcançar a salubridade ambiental, estado de higidez em que vive a população tanto no que se refere a sua capacidade de inibir, prevenir ou impedir a doença, com a finalidade de proteger e melhorar as condições de vida urbana e rural.

O saneamento ambiental tem como objetivo focalizar a integração mundial para o desenvolvimento sustentável, garantindo a sobrevivência da biodiversidade e questões prioritárias de bem-estar da população.

Com a formação de novos e sofisticados centros urbanos, o ser humano necessita de mais recursos naturais para atender os padrões de bem estar estabelecidos explorando novas áreas. Com essa exploração descontrolada e sem estudo prévio, a espécie humana começou a ter contato com biotas antes desconhecidas e que ao serem trazidas para cidades, se tornaram vetores de doenças para a população.

Durante toda a evolução humana, houve a necessidade por saneamento. Os faraós egípcios ao mandar recolher as águas do rio Nilo para consumo, deixavam decantar as partículas sólidas para tomar a água com mais qualidade que os demais habitantes. Em nossa história foram muitas as evoluções na área de saneamento, porém como não havia transmissão de cultura por via escrita, foi perdendo as informações e a cada nascer de uma sociedade era necessário começar do zero.

Os estudos do saneamento ambiental abrangem em geral três áreas: água, ar e solo. Aqui vou apresentar um pouco de cada para que seja de possível entendimento as áreas de atuação para controle e prevenção de vetores e de doenças.

Água:

Como suprimento essencial a nossa vida, a busca por qualidade da água é cada vez maior. Através dos rios e poços subterrâneos a água pode trazer patógenos que comprometem a saúde do ser humano.

Com o conhecimento do ciclo hidrológico, foi possível a sua reconstrução de forma artificial. Sendo assim cada sistema de abastecimento segue esse ciclo: captação de água superficial, tratamento e distribuição → coleta, tratamento e disposição em corpos receptores do esgoto gerado → purificação natural do corpo receptor → captação pela cidade vizinha.

Quando a distancia entre uma cidade e outra que compartilham do mesmo rio é menor que a necessária para o corpo receptor purificar naturalmente, acontece a proliferação de doenças.

De acordo com o desenvolvimento do centro urbano, pode classificar o tipo de poluição. São elas:
  • Patogênica: são comuns enfermidades vinculadas pela água. O uso de estações de tratamento podem prevenir os problemas sanitários. Acontece geralmente em pequenas cidades.
  • Total: os corpos d’água são afetados pela carga poluidora. Esse estágio ocorre durante o desenvolvimento industrial e o crescimento urbano.
  • Química: poluição causada pelo contínuo uso de água. O consumo aumenta em função do aumento da população e da produção industrial.
Como forma de recuperação dos corpos poluídos existe duas formas: não estruturais: que não requerem alterações físicas no curso d’água e incluem politicas administrativas e legais, como multas e aumentos de impostos; estruturais: que requer algum tipo de alteração física no corpo d’água e incluem reforma nas estruturas já existentes acelerando os processos naturais de sua recuperação.

Ar:

Mais essencial que a água, o ar é bem essencial a maior parte da vida e nele é possível também a transmissão de patógenos. Ele leva por expansão, substancias animada ou não. Entre as inanimadas, muitas são naturais e outras resultam das atividades humanas. Algumas são inócuas que podem tornar o ar prejudicial. Das animadas, existem certas bactérias e vírus denominados patogênicos, que podem provocar doenças quando introduzidas no organismo.

A poluição do ar é definida como sendo a alteração da qualidade do ar, ela pode ser de origem natural e de atividades humanas. No estudo da poluição do ar, são consideradas as seguintes etapas: a produção, a emissão, o transporte e a recuperação de poluentes.

A atmosfera por ser um involucro gasoso da Terra que se dispõe em camadas, é de vital importância para a sobrevivência dos organismos na terra. Com a utilização do CFC, cloro- flúor- carboneto, essa camada está se tornando menos densa deixando os raios solares entrarem com mais facilidade e gerando o fenômeno do aquecimento global.

O combate da poluição do ar visa que substancias nociva não consigam alcançar o ar (prevenção), caso essa barreira falhe, procura-se evitar que as substancias nocivas atinjam o homem e lhe provoquem danos (proteção). Falhando essa parte, somente no microambiente, consegue-se remover substancias nociva (tratamento).

Estudos do banco mundial (1993) estimam que o ambiente doméstico inapropriado é responsável por quase 30% das ocorrências de doenças em países em desenvolvimento. Isso mostra que a maior parte dos problemas ambientais acontece em escala local.

Solo:

O solo é a formação natural que se desenvolve na porção superficial da crosta da Terra, resultado da interação dos processos físicos, químicos e biológicos sobre as rochas, e que tem como característica importante o fato de permitir o desenvolvimento da vegetação.

A contaminação do solo pode ser de origem orgânica ou inorgânica: materiais contaminados ou em decomposição presentes no lixo; substâncias químicas perigosas; pesticidas empregados na produção agropecuária. Alguns mais cedo ou mais tarde chegam ao corpo humano, não somente por respiração da poeira, como principalmente pela água que se contamina pelo solo e pelos alimentos produzidos.

O desenvolvimento da agricultura tem contribuído para a poluição do solo e das águas. Fertilizantes sintéticos e os agrotóxicos (inseticidas, fungicidas e herbicidas), usados em quantidades abusivas nas lavouras, poluem o solo e as águas dos rios, onde intoxicam e matam diversos seres vivos dos ecossistemas. A contaminação de um lençol freático por agrotóxicos coloca em risco a vida da população que se beneficia dessa água subterrânea.

O controle da poluição do solo se dá pelas técnicas preventivas e corretivas, que visam à minimização dos riscos ambientais, e cuja aplicação dependerá das circunstâncias locais. Entre eles estão: minimização de resíduos industriais, pela redução da geração na fonte, segregação, reciclagem e alteração dos processos produtivos; seleção dos locais e das técnicas mais apropriadas para o desenvolvimento das atividades humanas, considerando o uso e tipo de solo na região, o relevo, a vegetação, a possibilidade de ocorrência de inundações e as características do subsolo; implantação de sistemas de prevenção e erosão, tais como alteração de declividade, operação em curvas de nível, execução de dispositivos de drenagem e manutenção da cobertura vegetal;

Apresentadas as grandes áreas do saneamento ambiental, podemos ter uma noção de sua importância para a manutenção da saúde local e global. Essa área de conhecimento pode ser resumida em uma famosa frase de uma autor desconhecido: " pensar localmente para agir globalmente".

BIBLIOGRAFIA:

Manual de saneamento. 3. ed. rev. - Brasília: Fundação Nacional de Saúde, 2006.